Comissão do Senado aprova reforma trabalhista em votação apertada

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Após forte pressão do governo, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou terça (6), após nove horas de sessão e numa votação apertada, por 14 votos a favor e 11 contrários, o projeto de lei da reforma trabalhista (PLC 38/17 – PL 6.787/16).

Temer lançou mão de todo tipo de ardil. Mudou votos que eram contrários ao projeto, com distribuição de cargos na estrutura do governo. O caso mais emblemático envolveu o senador Omar Aziz (PSD-AM), que, mesmo sendo contra a reforma, se absteve de votar depois que o governo nomeou um aliado seu para a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).

O desespero do governo para aprovar a medida na CAE demonstra que a pressão sindical contra as reformas tem surtido efeito. O presidente João Passos comenta: “Sem apelar para métodos espúrios, o Planalto não conseguiria aprovar a matéria”.

O relator da matéria na comissão, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relata o projeto também na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Ele pretende apresentar parecer no segundo colegiado de mérito ainda nesta quinta (8). Com isso, a matéria poderá começar a ser discutida na próxima quarta (14).

Greve – Antes de ser votada no plenário, a proposta terá que passar ainda pela Comissão de Constituição e Justiça. Por isso, a pressão contra a aprovação da reforma vai aumentar. As Centrais Sindicais se reuniram na manhã desta quarta (7) na sede do Dieese, em São Paulo, a fim de tratar da nova greve geral – que deve ocorrer dia 30 de junho.