• 22/1/2018 – segunda-feira
O Brasil combate com eficácia a febre amarela. Mas, apesar disso, ocorrem períodos em que são detectados focos em locais ou regiões. O que fazer? Primeiro buscar informações em fontes seguras (seu médico, o posto de saúde, o site Covisa etc). A correta orientação evita pânico e ou atropelos em busca da vacinação, que nem sempre é necessária.
Até esta data (9/janeiro), não se registrou ocorrência da doença em pessoas no Estado de São Paulo. Porém, há focos em Minas, na Bahia e no Estado do Rio. Portanto, pra quem vai viajar a esses Estados (ainda que a trabalho e num bate-e-volta), a recomendação é tomar vacina até 10 dias antes da viagem.
Histórico – A Coordenação de Vigilância em Saúde – Covisa – informa que não há transmissão de febre amarela no município de São Paulo. Todos os casos relatados no Brasil são de febre amarela silvestre, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, só encontrados em lugares de mata. Desde 1942, não há registro de transmissão de Febre Amarela urbana no Brasil.
Desde dezembro de 2016, ocorre surto de Febre Amarela silvestre no Brasil, sendo os Estados mais atingidos Minas e Espírito Santo.
No Município de SP foram confirmadas mortes de macacos positivos para Febre Amarela na Zona Norte. A Secretaria Municipal da Saúde/Covisa, em conjunto com a Secretaria de Estado da Saúde, vem realizando ações de intensificação da vacinação nessa região do município. Nas regiões Sul e Oeste, as medidas adotadas são preventivas. Até o presente momento, não há confirmação de caso humano de Febre Amarela adquirida no Município.
VÍDEO – Médico explica. Saiba mais.
Perguntas e respostas sobre a doença. Veja:
1. Devo sair atrás da vacina?
A Secretaria da Saúde incentiva a população a se vacinar, mas diz que não há risco de propagação da doença, já que os parques foram fechados há duas semanas e a febre amarela demora, em média, 7 dias pra se propagar.
Após a morte dos macacos com febre amarela, o governo do Estado e a Prefeitura iniciaram uma campanha mais intensa de vacinação.
A ideia, segundo o secretário estadual da Saúde, David Uip, é realizar a imunização de um milhão de pessoas. O foco será nos bairros de Tremembé, Casa Verde e Vila Nova Cachoerinha, que são vizinhos ao Horto.
“Quem deve ser vacinado são pessoas que moram a 500 metros do Horto. Essa população de fronteira”, diz Regiane de Paula, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica. Segundo ela, por precaução, a campanha pode ser estendida para um raio de 1 quilômetro no futuro.
No restante do País, como os casos registrados neste ano estão concentrados fora das regiões urbanas, o Ministério da Saúde recomenda imunizar todas as pessoas que residem em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e aqueles que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata.
2. Como a febre amarela é transmitida?
Um ser humano ou um primata (macaco) com o vírus é picado por um mosquito transmissor. O inseto pica e passa o micro-organismo pra outra pessoa, que desenvolve a doença. Não é possível a transmissão direta entre pessoas e animais, e vice-versa.
O principal mosquito vetor da febre amarela silvestre no Brasil é o Haemagogus. Na versão urbana da doença, é o Aedes aegypti.
3. Quais são os sintomas da febre amarela?
A doença se torna aparente de três a seis dias após a infecção. Os sintomas iniciais são febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maior parte das pessoas apresenta uma melhora após tais sintomas.
Do total de infectados, 15% desenvolvem a versão mais grave da doença. Dentre os membros deste grupo, cerca de 20% a 40% das pessoas podem morrer.
4. Quem pode se vacinar?
Nas áreas com recomendação, em situações de emergência, a vacina pode ser dada a partir dos seis meses de idade. O governo diz, no entanto, que a vacina da febre amarela será incluída no calendário de 2018 para bebês a partir de nove meses, idade em que é administrada em situações normais de transmissão. Depois, as crianças devem receber um segundo reforço aos quatro anos de idade.
A vacina tem 95% de eficiência e demora cerca de dez dias para garantir a imunização após a primeira aplicação.
Pessoas com mais de cinco anos de idade devem se vacinar. A Organização Mundial da Saúde recomenda apenas uma dose com garantia de proteção por toda a vida. Idosos precisam ir ao médico para avaliar os riscos.
Por causar reações, a Anvisa não recomenda a vacina para pessoas com lúpus, câncer e HIV, devido à baixa imunidade, nem para quem tem mais de 60 anos, grávidas e alérgicos a gelatina e ovo.
5. E o surto que afetou diferentes regiões do país este ano?
Em outubro, foi confirmada uma morte por febre amarela silvestre em Itatiba (SP). Desde julho deste ano, foi o único caso de morte confirmada em humanos no País.
O fim do surto de febre amarela foi declarado pelo Ministério da Saúde em setembro. No entanto, foram mantidas as ações de prevenção, como controle de mosquitos, vacinação e vigilância em relação a casos em animais.
6. Com os casos de mortes entre primatas em SP, a febre amarela pode ser chamada de ‘urbana’? Ou ainda é ‘silvestre’?
Segundo o Ministério da Saúde, a febre amarela ainda é considerada “silvestre” porque os casos registrados até aqui ainda estão em regiões rurais ou de mata, e são transmitidos pelos mosquitos Haemagogus ou Sabethes. Por enquanto, não foi detectada transmissão da doença pelo Aedes aegypti, mais famoso pela transmissão de dengue, zika e chikungunya e por gostar das áreas urbanas.
7. E como a doença pode virar urbana?
Pessoa infectada em zona rural pode ir para uma cidade. Uma vez picada por um mosquito Aedes aegypti, o inseto pode transmitir a doença pra outra pessoa, e assim por diante. Até o momento, nenhum caso assim foi registrado.
O vírus da febre amarela não é transmitido de pessoa para pessoa, apenas pela picada de mosquitos infectados. O Brasil não registra febre amarela urbana desde 1942.